Direita ganha força nas eleições europeias: França, Espanha, Itália e Bélgica tem vitória

calendar 10 de junho de 2024
user Thiago Zahreddine

As eleições europeias deste domingo (9) revelaram uma onda crescente da direita política em diversos países. Nações como França, Espanha, Itália e Bélgica observaram um notável fortalecimento dos partidos de centro-direita e direita.

Na França, o Reagrupamento Nacional (RN) deu um salto considerável, alcançando o dobro do desempenho do Partido Socialista (PS) do presidente Emmanuel Macron. De acordo com os primeiros resultados divulgados pela agência EFE, o partido de Marine Le Pen e Jordan Bardella conquistou cerca de 32,4% dos votos, enquanto a sigla de Macron conseguiu apenas 15,2%. Em resposta aos resultados, Macron decidiu dissolver o parlamento e convocar novas eleições.

Na Bélgica, o Partido Popular Europeu (PPE) emergiu vitorioso sobre a Aliança dos Socialistas e Democratas (S&D), assegurando mais cadeiras no Parlamento Europeu. O PPE garantiu 181 assentos, enquanto o S&D ficou com 82.

Na Espanha, o Partido Popular (PP), de centro-direita, saiu vitorioso, obtendo 34,18% dos votos em comparação aos 30,19% do Partido Socialista (PSOE). O partido de extrema-direita Vox assegurou o terceiro lugar, com 9,62%.

Na Itália, o partido Irmãos de Itália (FDI), liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, superou o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda. Estes dados foram baseados nas pesquisas de boca de urna divulgadas pela imprensa local e reportadas pela agência EFE.

Outros países que viram a ascensão da direita incluem Grécia, Bulgária, Hungria, Finlândia, Croácia, Áustria e Alemanha.

Disputa acirrada em Portugal

Até o fechamento desta matéria, a apuração dos votos em Portugal indicava uma disputa acirrada entre o Partido Socialista (PS) e a coalizão de centro-direita Aliança Democrática (AD), liderada pelo primeiro-ministro Luís Montenegro.

Com 97,07% dos votos contados, o PS detinha 32,28%, seguido de perto pela AD, com 31,64%. Em terceiro lugar, o partido de extrema-direita Chega alcançou 9,84% dos votos e garantiu um assento, enquanto a Iniciativa Liberal (IL) conquistou 8,69% e também uma cadeira.

Alemanha descarta antecipação

Nesta segunda-feira, o governo alemão rejeitou a ideia de convocar eleições antecipadas, ao contrário do presidente francês, Emmanuel Macron, que tomou essa decisão após ser derrotado pela extrema-direita nas eleições para o Parlamento Europeu. Berlim também observou um aumento da influência de seus radicais no cenário europeu.

“A data regular das eleições está marcada para o próximo outono [segundo semestre de 2025]. E é isso que pretendemos seguir,” declarou Steffen Hebestreit, porta-voz do governo, em uma coletiva de imprensa.

Rússia se diz atenta

O Kremlin declarou nesta segunda-feira (10) que observa “com atenção” a ascensão dos partidos de extrema direita, frequentemente vistos como simpáticos à Rússia, na Europa e na França após as eleições europeias.

“A maioria [no Parlamento Europeu] será pró-Europa e pró-Ucrânia […] mas podemos notar a crescente popularidade dos partidos de direita,” afirmou Dmitri Peskov, porta-voz da presidência russa.

“Com o passar do tempo, parece que os partidos de direita estarão próximos [dos partidos pró-europeus] e estamos acompanhando esse desenvolvimento com cuidado,” adicionou.

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