Lançado em 2016 ao ápice de uma crise geral ? ética, econômica, política ?, o Brasil entra em 2017 com os pés mais firmes no chão. Os problemas e desafios não acabaram, longe disso, mas há sinais de maturidade para enfrentá-los. Mesmo com todas as frustrações, o ano que se encerrou, e muitos preferem arquivar, legou conquistas. É de comemorar a aprovação de um limite para os gastos públicos, por reforçar a austeridade e sinalizar prudência, em lugar da histórica e irresponsável postura de tratar o dinheiro público como uma fonte inesgotável. A medida é amarga, claro, e por isso tem ainda mais significado para o governo. Ao mesmo tempo em que vira o ano, Michel Temer vira a página na discussão sobre a sua legitimidade no Palácio do Planalto.
Com essa e outras ações, a economia começa a ser reanimada. Os sinais para 2017 sugerem que será revertida a trajetória de recessão. Outra boa notícia é que há ministérios trabalhando. O do Desenvolvimento Social e Agrário, por exemplo, faz um pente-fino nos casos das aposentadorias por invalidez, além de cortar benefícios irregulares do Bolsa-Família.
Sim, os problemas extrapolam a esfera das finanças e das fraudes. A criminalidade se agravou, mas há uma reação. Com o Plano Nacional de Segurança, que destina ao Rio Grande do Sul projeto piloto, o governo federal promete se envolver no combate à violência com uma intensidade que nunca se viu.
Depois de mergulhar em uma depressão coletiva, como diagnosticou em dezembro no Brasil de Ideias o especialista em Psicologia do Desenvolvimento José Ernesto Bologna, a sociedade busca a superação.
Boa leitura e avante Brasil!
KARIM MISKULIN
DIRETORA EXECUTIVA DA VOTO