União e PP: não rolou casamento porque ia dar divórcio

calendar 16 de março de 2023
user Fernando Guimaraes

As federações precisam sair da bolha de Brasília para enxergar o Brasil profundo que existe nos estados

 

Não passou de uma quimera a formação de um super Centrão, com 106 parlamentares no Congresso Nacional e 17 no Senado. As negociações para a formação de uma Federação entre os partidos União Brasil, de Luciano Bivar (União-PE), e Progressistas, de Ciro Nogueira (PP-PI), foram encerradas nesta quarta-feira (15). Presidente nacional do PP, Nogueira postou no Twitter: “No que diz respeito ao Progressistas, encerramos as discussões para formação de federação junto com o partido União Brasil”.

 

A explicação oficial é de que diretórios regionais, sobretudo dentro do União, se opuseram à unificação em razão da candidatura única às prefeituras em 2024. A legislação determina que os partidos federados permaneçam juntos por, no mínimo, quatro anos, sob pena de perder a verba do fundo eleitoral.

 

Nos bastidores, a queda de braço pela presidência do novo partido, que se chamaria União Progressista, pode ter sido o que mais pesou. O presidente do União, Luciano Bivar, não abriu mão de liderar a nova sigla. O Progressistas sugeriu Antonio Rueda, vice-presidente do União. A indicação também foi barrada por Bivar, que convocou representantes das siglas para uma reunião em sua casa na noite passada. Horas antes do encontro, Nogueira, que esperava chegar a um acordo até o fim da semana, recuou e anunciou o fim dos planos de unificação.

 

O União Brasil surgiu a partir da fusão entre DEM e PSL, que elegeu Jair Bolsonaro à presidência em 2018. A unificação foi aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral em fevereiro de 2022. Na atual composição da Câmara dos Deputados, o PL possui a maior bancada, com 99 parlamentares. Em seguida, está a bancada do PT, PV e PC do B, com 81 deputados. União Brasil e Progressistas aparecem em terceiro e quarto lugar, respectivamente, com 59 e 47.

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