Marcel van Hattem
Deputado Federal
Durante o período eleitoral, havia quem se perguntasse que governo Lula teríamos no caso de uma vitória do petista: o Lula I, que manteve os pilares econômicos de FHC, ou o Lula II, que aprofundou políticas perdulárias que levaram o país à maior crise econômica da história? Para a surpresa dos que confiaram no marketing vazio do PT, nenhum dos dois. O que temos é Dilma III: profundo negacionismo econômico, potencial altíssimo de corrupção e comunicação política desastrosa.
Comecemos pela irresponsabilidade fiscal. Antes de assumir, a equipe de transição propôs e aprovou uma Proposta de Emenda Constitucional aumentando a despesa pública em R$ 200 bilhões, fora do Teto de Gastos, resultando em desequilíbrio da despesa pública, aumento da dívida e inflação. As relações exteriores são igualmente alarmantes. Lula retomará o financiamento de obras no exterior, beneficiando companheiros ideológicos, incluindo ditaduras, à custa do brasileiro pobre que não tem infraestrutura básica em saneamento ou acesso decente à saúde e educação.
O pacote do governo “Dilma III” traz ainda: anulação de privatizações e concessões; retrocesso no combate à corrupção e no aparelhamento da máquina pública, e ataques à autonomia do Banco Central, em clara tentativa de interferência na política monetária do país. Lula dilmou com louvor!
Mas nem tudo são espinhos. Com o advento das redes sociais, absurdos agora chegam a todo o país em questão de segundos. Isso é desastroso para um partido, como o PT, que sustenta sua história em mentiras e narrativas. Se o Brasil levou 14 anos para se livrar do PT na primeira vez, agora levará quatro. No máximo.
O retorno de Lula é um retrocesso, mas representa também uma grande oportunidade para continuarmos a construir uma direita sustentada em ideias e princípios, que não dependa de um líder, de um mito ou de um salvador da pátria. Foi com Dilma que o liberalismo e o conservadorismo explodiram no Brasil e tomaram as ruas em manifestações. Portanto, esses movimentos cívicos têm tudo para ressurgirem com ainda mais força, relevância e eficácia.