A onda de violência que assusta o Equador chegou ao seu segundo dia. O presidente Daniel Noboa decretou um conflito armado interno na última terça-feira como forma de controlar a situação. Nas últimas horas, o país registrou invasões, explosões e sequestros, resultando na morte de 13 e a prisão de 70 pessoas, de acordo com a imprensa local.
A violência gerou pânico em municípios de todas as regiões do país. Guayaquil, a cidade mais populosa do país, foi a mais atingida e chegou a colapsar segundo o jornal Expresso. A publicação afirma que as ações coordenadas pelos criminosos impediram que parte das pessoas que estavam em seus trabalhos voltassem para as suas casas.
Na tarde de ontem, a TV estatal TC Televisión foi invadida por homens armados. Funcionários foram rendidos e colocados no chão, inclusive trabalhadores que estavam ao vivo em um telejornal. A universidade de Guayaquil também foi invadida.
Conflito é resultado da fuga do narcotraficante
A crise na segurança pública equatoriana começou após a fuga de Adolfo Macías, conhecido como Fito, de uma prisão próxima ao litoral do país. Fito é o líder da facção Los Choneros, uma das principais do país e que possui laços com o Cartel de Sinaloa, um dos maiores grupos criminosos do mundo e com base no México. Além do conflito com outras facções, o grupo equatoriano é acusado de homicídios, roubos e extorsões.
As autoridades também confirmam a fuga de mais criminosos, como Fabricio Colon Pico, um dos líderes do grupo “Los Lobos”.
O Equador tem desempenhado um papel importante no tráfico internacional de drogas, principalmente no transporte de cocaína para os Estados Unidos e Europa. Por estar ao lado da Colômbia, país onde a folha de coca é produzida, e pela fragilidade do Estado, o país passou a ser procurado por organizações criminosas que buscam lucrar com a facilidade no trânsito da droga em solo equatoriano.
O ano de 2023 encerrou com mais de 7.800 homicídios e 220 toneladas de drogas apreendidas, recordes para o país.