Na mesma semana em que Israel atacou líderes do Hamas em Doha, Donald Trump recebeu, na última sexta-feira (12), em Nova Iorque, o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani. O encontro, que contou também com a presença do enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff, expõe a delicada costura diplomática dos EUA diante de aliados que colidem em pleno conflito.
O Qatar tem desempenhado papel fundamental como um dos principais mediadores nas negociações para um cessar-fogo, na libertação de reféns israelenses mantidos em Gaza e na construção de um plano de reconstrução pós-conflito.
Para os EUA, o dilema é preservar a confiança de um parceiro estratégico no Golfo sem se afastar de Israel, seu aliado histórico. Trump, ao criticar publicamente o bombardeio em Doha, sinaliza que a guerra entre Israel e Hamas deixou de ser apenas um conflito local: tornou-se um teste de equilíbrio para a política externa americana.
O encontro refletiu a complexidade das alianças no Oriente Médio e a necessidade de Washington em manter o Qatar como peça central de mediação em um processo de paz ainda incerto.