Após um fim de semana repleto de conversas e articulações preliminares, o advogado-geral da União, Jorge Messias, inicia nesta semana sua campanha para conquistar os 41 votos de senadores necessários para ratificar sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo presidente Lula.
Messias dedicou os últimos dias a conversas com ministros do STF, parlamentares, integrantes do governo e líderes religiosos. Recebeu apoio de instituições públicas e privadas, que emitiram notas ou se manifestaram nas redes sociais. Mas a fase crítica começa agora: as conversas diretas e reservadas com senadores. A meta é estabelecer diálogo com todos os 81 parlamentares.
Neste momento, a maior resistência ao seu nome vem do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Alcolumbre apoiava o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga e não esconde sua contrariedade com a escolha de Lula. Messias já se pôs à disposição tanto de Alcolumbre quanto de Pacheco, mas não há data marcada para esses encontros.
Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, ficou responsável pela articulação da campanha de Messias. Mas o próprio Lula deverá entrar em campo ao retornar, nesta terça-feira, 25, da viagem que realiza a países africanos. Afinal de contas, foi dele, e não de Messias, a decisão que despertou oposição no Senado.
Segundo um levantamento realizado pelo jornal O Globo, Messias chega à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que faz a avaliação prévia de seu nome, sem maioria garantida. Integrantes dos partidos governistas PT, PSB e PDT são votos seguros para sua indicação. Dos partidos do Centrão, apenas Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e Eliziane Gama (PSD-MA) manifestaram apoio ao advogado-geral da República na comissão.