As empresas estatais federais registraram um déficit de R$ 6,3 bilhões até outubro, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta sexta, 28. No mesmo período de 2024, o déficit era de R$ 4,4 bilhões. Com isso, o rombo nas contas das estatais deve ser o maior da história, ao final de 2025.
Entram no cálculo do BC empresas como Correios, Emgepron, Hemobrás, Casa da Moeda, Infraero, Serpro, Dataprev e Emgea. Mas não são levados em conta os resultados de Petrobras e Eletrobras, nem dos bancos públicos.
Por causa dos prejuízos, o governo foi obrigado a bloquear R$ 3 bilhões no orçamento deste mês.
O resultado ruim foi agravado, principalmente, pelos Correios, que passam por grave crise fiscal e de gestão, mesmo possuindo monopólio em serviços como o recebimento, transporte e entrega de correspondência.
Em 2024, o déficit da estatal foi de mais de R$ 2,5 bilhões. Só no primeiro semestre de 2025, o prejuízo passou de R$ 4 bilhões. Estima-se que possa chegar a R$ 10 bilhões até o fim do ano, e ultrapassar R$ 20 bilhões em 2026, se nada for feito.
A Eletronuclear, que controla o complexo das usinas Angra 1 e Angra 2 e mantém a estrutura de Angra 3 – obra parada há dez anos – deu a segunda maior contribuição para o rombo das estatais. Em novembro, a empresa pediu um socorro de R$ 1,4 bilhão ao Tesouro Nacional.
O governo atribui os números ao aumento de investimentos e ao pagamento de dividendos.