VOTO abre série de lives sobre eleições com Leonardo Barreto: ‘2026 está em aberto’

calendar 22 de dezembro de 2025
user Da Redação

Quatro pesquisas publicadas na primeira quinzena de dezembro mostraram o mesmo cenário: se as eleições de 2026 acontecessem agora, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria no segundo turno todos os seus possíveis adversários, por uma boa vantagem. Segundo o analista político do Grupo VOTO Leonardo Barreto, no entanto, considerar que o petista tem o seu quarto mandato assegurado seria um engano – por motivos que as próprias pesquisas revelam.

A análise foi feita durante a Live VOTO 2026 realizada nesta quinta, 18. Foi o primeiro de uma série de encontros ao vivo, com apresentação da presidente do Grupo VOTO Karim Misculin, em que Barreto ajudará você a interpretar os números e movimentações da corrida eleitoral do próximo ano.

Aprovação de governo

Cientista político com larga experiência na realização de pesquisas de opinião, Barreto afirma que dois conjuntos de dados mostram que a disputa está em aberto: a aprovação ao governo de Lula e a rejeição dos eleitores ao petista.

No primeiro caso, as pesquisas dos institutos mostraram grande variação. Em ordem decrescente, estes foram os índices de avaliação positiva (ótimo+bom) do governo: Atlas/Intel (46,5%), Quaest (34%), IPEC (30%) e Poder360 (21%).

“Historicamente, um patamar de aprovação de governo acima de 30% tem sido sinal seguro de que a reeleição está bem encaminhada”, afirma Barreto. “Mas a grande divergência entre os números não permite garantir que esse é o caso de Lula.”

Rejeição

No quadro de polarização eleitoral que prevalece no Brasil, a rejeição também ganha relevância especial. Nesse caso, as pesquisas apontam na mesma direção: um grande contingente de pessoas que dizem não votar em Lula em nenhuma circunstância. Barreto usou o número da Quanto como referência: rejeição de 54%.

“No segundo turno, muitos eleitores brasileiros não têm votado para escolher, mas para excluir. Eles querem evitar que o candidato que mais rejeitam chegue ao Planalto”, diz Barreto. “Por isso é importante ficar atento a esse número. Lula está partindo de um patamar bem alto e, como é muito conhecido, as chances de que as pessoas mudem de opinião são menores.”

Flávio Bolsonaro

A live também analisou a entrada de Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair, na disputa. Os primeiros levantamentos depois que ele anunciou a intenção de concorrer o puseram à frente de outros nomes da direita.

Este foi o ranking da Quaest: Flávio Bolsonaro (17%), Ratinho Jr. (12%), Zema (5%) e Caiado (5%). A seleção de candidatos partiu do princípio que o governador Tarcísio de Freitas (SP), muito próximo de Jair Bolsonaro, não entraria numa disputa com o filho do ex-presidente.  

Direita unida?

Como destacou Barreto, a rejeição a Flávio também é alta: 60% na Quaest. Além disso, a ideia de que a intenção de voto nos outros candidatos de oposição se transferiria automaticamente para ele deve ser vista com cautela.

“No Chile, recentemente, o voto de direita se somou no segundo turno para eleger José Antônio Kast”, diz Barreto. “Mas não é certo que o mesmo fenômeno vai se repetir no Brasil. Muitos eleitores que escolheriam Tarcísio, Ratinho ou Zema estão em busca de um novo nome, e não de repetir a experiência com um Bolsonaro.”

Acompanhe as redes sociais do Grupo VOTO para assistir à próxima live sobre as eleições 2026.

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