O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder ucraniano Volodymyr Zelensky se reuniram pela primeira vez desde que o brasileiro reassumiu a presidência. O encontro era esperado há meses em meio a troca de farpas entre integrantes dos governos e críticas ao posicionamento do Brasil em relação à Guerra da Ucrânia.
Ambos os presidentes se manifestaram em suas redes sociais após a reunião. “Tivemos uma boa conversa sobre a importância dos caminhos para construção da paz e de mantermos sempre o diálogo aberto entre nossos países”, declarou Lula.
Já Zelensky classificou a conversa como “construtiva” e “honesta”. “Instruímos as nossas equipes diplomáticas a trabalhar nos próximos passos de nossas relações bilaterais e nos esforços de paz”, disse o ucraniano.
Desde que assumiu a presidência, Lula tentou posicionar o Brasil como um país independente no conflito entre Rússia e Ucrânia, e que poderia ser um mediador para negociar a paz. No entanto, Lula chegou a afirmar que a Ucrânia e os Estados Unidos possuíam uma parcela de culpa na invasão russa, o que incomodou integrantes dos dois países.
De acordo com o chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, a reunião entre os dois líderes serviu para “quebrar o gelo” e entender melhor seus posicionamentos. Já o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, afirmou que Lula está disposto a ouvir os dois lados e que o ambiente era amigável.
“O presidente Lula e o presidente Zelensky tiveram uma longa discussão em um ambiente tranquilo e amigável, em que trocaram informações sobre os países e a situação do mundo neste momento”, disse, “O presidente está interessado em ouvir ambos os lados para achar um ponto comum e iniciar o processo de paz”.
Em março, Lula e Zelensky sentaram frente a frente em uma das reuniões estendidas do G7, em Hiroshima, no Japão. Naquela ocasião, Lula foi criticado por não se levantar e cumprimentar o líder ucraniano. Também houveram tentativas para viabilizar uma reunião bilateral entre os dois países, o que não aconteceu. A situação gerou desconforto e conflitos de versões entre as chancelarias.
Imagem: Ricardo Stuckert