“Criminoso contumaz”, diz hacker sobre Sérgio Moro

O programador Walter Delgatti, conhecido como “hacker da Vaza Jato”, discutiu com o senador Sérgio Moro (União-PR) em depoimento à CPI dos Atos Golpistas na manhã desta quinta-feira. Ao ser perguntado sobre quantas vítimas de estelionato já tinha provocado, Delgatti acusou o ex-juiz de “criminoso contumaz” por supostas irregularidades que cometeu durante a Operação Lava-Jato.

“Eu li as conversas de vossa excelência e posso afirmar que o senhor é um criminoso contumaz. Cometeu diversas irregularidades e crimes”, disse o hacker. Moro respondeu, chamando Delgatti de “bandido” e exigindo respeito.

Walter Delgatti foi convocado a depor após uma operação da Polícia Federal que apura a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele está preventivamente preso desde o início de agosto.

Depoimento revela plano de ataque às urnas eletrônicas

Ainda em seu depoimento, Delgatti afirmou que a campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro planejou forjar a invasão de uma urna eletrônica durante as comemorações do dia 7 de setembro de 2022, um mês antes das eleições. O objetivo era mostrar uma suposta fragilidade do sistema eleitoral brasileiro, tese defendida pelo então presidente e seus apoiadores.

Em troca, o hacker receberia um indulto. Na época, ele era investigado pela Operação Spoofing e estava impedido de acessar a internet e trabalhar.

Walter Delgatti também relatou que, em outra ocasião, Bolsonaro teria pedido para ele assumir a autoria de um grampo com conversas comprometedoras de Alexandre de Moraes, ministro do STF. O contato teria ocorrido por intermediação da deputada Carla Zambelli. O programador revelou que aceitou o pedido, mas nunca teve acesso ao suposto grampo de Moraes.