Depois do fiasco de domingo, quando as prévias para escolher o candidato tucano para disputar a Presidência da República em 2022 foram suspensas devido ao mau funcionamento de aplicativo desenvolvido para registrar os votos dos militantes, o PSDB anunciou que nova plataforma começaria a ser testada na noite dessa terça-feira, a partir das 23h. A expectativa é que a votação seja concluída até o próximo domingo (28).
Em entrevista coletiva concedida ontem, o presidente da sigla, Bruno Araújo, informou que os testes técnicos iriam durar a noite toda. Está previsto para a manhã desta quarta-feira os primeiros relatórios sobre a performance do sistema.
Araújo também disse que o partido tentou inovar e acabou tornando-se vítima da tecnologia:
“Tomamos uma medida que foi moderna, foi inovadora. Podíamos ter feito um modelo que podia gerar um nível de participação bem menor, estamos aprendendo com o processo, porque o processo é inovador. Nós fomos vítimas da tecnologia”, destacou.
A pane acirrou a divisão no partido na escolha do presidenciável. Disputam a indicação os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, além do ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.
O fiasco tecnológico transformou o ninho tucano em um saco de gatos. Já veio à tona a acusação de que líderes do PSDB estariam interessados em inviabilizar as prévias. Chamou a atenção nessa terça-feira um dado divulgado pela sigla. Sobre a necessidade de retomar o mais rápido possível a votação interrompida, Bruno declarou que 60% do processo foi concluído no domingo.
Ele destacou:
Temos 60% concluído, precisamos garantir o direito dos filiados para encerrarmos esse processo. Não podemos deixar 35 mil filiados esperando, procurar alternativas, empresas privadas que já estão sendo procuradas, é um plano B que está sendo estabelecido.”
Matemática tucana não fecha
O dado levantou uma dúvida. Se 44,7 mil estavam aptos a votar (menos de 4% do total dos filiados) e 35 mil ainda esperam uma solução para retomar o processo, o total concluído não chega nem perto de 60%. O número correto é 22%. Os que não votaram representam 78%.