O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da 15ª Cúpula do Brics nesta terça-feira, em Joanesburgo, África do Sul. O encontro do bloco é considerado um dos mais importantes dos últimos anos pela possibilidade do anúncio de adesão de novos países, a primeira desde a entrada da África do Sul, em 2011.
O movimento de expansão do Brics é defendido pela China como forma de ampliar sua influência política e econômica e dar maior peso ao bloco, criando um polo antagônico aos Estados Unidos e ao G7.
No entanto, países como Brasil e índia ainda resistem ao ingresso de novos países, já que podem ter seu protagonismo reduzido. Além disso, diplomatas brasileiros acreditam que o movimento pode prejudicar as relações do país com aliados ocidentais, como o próprio Estados Unidos.
Para apoiar a ampliação do Brics, o Brasil pode exigir o apoio formal da China a seu ingresso no Conselho de Segurança da ONU. O país já conta com o apoio de outras nações do bloco, como África do Sul e Rússia.
Lula defende reaproximação com países africanos e protagonismo na agenda verde
Em discurso no Fórum Empresarial dos Brics, Lula afirmou que o Brasil “nunca deveria ter se afastado” dos países africanos. Atualmente, o fluxo comercial brasileiro com os países africanos corresponde a apenas 3,5% do comércio exterior brasileiro.
“É inaceitável que, em 2022, o comércio do Brasil com a África tenha diminuído em um terço com relação a 2013, quando era de quase 30 bilhões de dólares […]. O Brasil está de volta ao continente de que nunca deveria ter se afastado. A África reúne vastas oportunidades e um enorme potencial de crescimento“, disse Lula.
Em uma reunião com empresários, Lula também defendeu que o Brasil seja protagonista e líder mundial da economia verde.