Ministro mais popular de Lula não tirou promessas do papel

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), vem encontrando dificuldades para colocar em prática suas promessas desde que assumiu a pasta. Em janeiro, ele chegou a anunciar quatro medidas para combater ataques ao Estado Democrático de Direito, o que ficou conhecido como “pacote antigolpe”. No entanto, até agora, as propostas sequer foram enviadas aos parlamentares.

Além das propostas antigolpe, Flávio Dino também sinalizou com projetos em outros campos. Recentemente, ameaçou postos de combustíveis que não baixassem o preço e cogitou acionar a Polícia Federal para investigar esquemas de apostas ilegais em jogos de futebol. A única proposta que foi enviada ao Congresso foi um projeto de lei que endurece as regras de compra e venda de ouro, com o intuito de combater atividades ilegais.

Pacote antigolpe

Em resposta aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o pacote antigolpe (ou pacote democrático) seria composto por uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), uma Medida Provisória (MP) e dois Projetos de Lei (PL).

Através da PEC, o Ministério da Justiça criaria a Guarda Nacional para substituir a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) na proteção da Praça dos Três Poderes. A MP seria responsável por criminalizar condutas antidemocráticas na internet, acionando as big techs para cumprirem obrigações jurídicas compulsórias. Por fim, os projetos de lei teriam o objetivo de aumentar as sanções contra financiadores dos atos golpistas por meio do aumento da pena e a perda de bens.

Dino lidera popularidade entre ministros

De acordo com a pesquisa Índice de Popularidade Digital Genial/Quaest, Flávio Dino é o ministro mais popular do governo Lula se considerarmos o desempenho digital. No indicador, que avalia a popularidade de 0 a 100, o ex-governador maranhense aparece com 72 pontos, seguido por Fernando Haddad, com 63, e Marina Silva, com 45. O estudo mostrou que a popularidade de Dino começou a crescer em março e superou a de Haddad no mês seguinte.

Os ataques antidemocráticos ocorridos em Brasília funcionaram como um trampolim para a popularidade de Flávio Dino. A atuação do ministro ganhou destaque por meio de discursos e ações em represália aos invasores.

Além disso, ele também foi convocado a participar de comissões no Congresso. A atuação combativa contra parlamentares oposicionistas e a alta repercussão digital tornou o maranhense o nome mais popular do Planalto depois do presidente.

Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil