Nepal em convulsão política: A juventude desafia instituições e exige um novo pacto de poder

calendar 11 de setembro de 2025
user Gabriel Goerhing

O Nepal vive uma convulsão política que vai além de uma crise local: é a reação de um povo que se recusou a ser silenciado.

A faísca veio com a decisão do governo de proibir o acesso a redes sociais como Facebook, Instagram, X e YouTube, sob a justificativa de combater a desinformação. Para a população, a medida simbolizou o avanço de um autoritarismo que já vinha sufocando vozes críticas.

A revolta cresceu com a exposição dos “Nepo Kids” — filhos da elite política ostentando carros de luxo, viagens e bens caros — em contraste com uma juventude marcada por desemprego e desigualdade. O resultado foi uma onda de protestos que incendiou prédios governamentais, incluindo o Parlamento, palácios presidenciais, sedes de partidos e redações.

A renúncia do primeiro-ministro KP Sharma Oli mostra apenas a superfície de um colapso mais profundo: um sistema incapaz de dialogar com sua juventude. Nas ruas de Katmandu, a Geração Z exige não só novas lideranças, mas também o direito de participar da arquitetura do poder.

Em resposta, o governo impôs toque de recolher e colocou militares nas ruas, numa tentativa de conter manifestações que já simbolizam muito mais: a união popular contra o autoritarismo.

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