Novo ministro da Justiça, Lewandowski foi crítico à Lava-Jato

calendar 11 de janeiro de 2024
user Otavio Rosso

O escolhido de Lula para assumir o Ministério da Justiça, Ricardo Lewandowski foi uma das vozes mais críticas à Operação Lava-Jato dentro do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-magistrado possui um perfil garantista e é contrário à prisão após condenação em segunda instância, condição que permitiu a saída de Lula da prisão em novembro de 2019. Foi o presidente quem indicou Lewandowski ao STF em 2006.

O presidente anunciou oficialmente a nomeação de Ricardo Lewandowski como ministro da Justiça na manhã desta quinta-feira. O anúncio foi feito no Palácio do Planalto. Lula estava acompanhado de Lewandowski, Flávio Dino, e da primeira-dama, Janja da Silva. Segundo o presidente, a nomeação será publicada em 19 de janeiro e o novo ministro tomará posse em 1º de fevereiro.

O novo ministro da Justiça foi autor de decisões que impactam diretamente a operação que resultou na prisão de Lula. Em 2019, Ricardo Lewandowski autorizou o petista a ter acesso a mensagens obtidas pela Operação Spoofing, da Polícia Federal, que investigava a invasão das contas de Telegram do ex-juiz Sérgio Moro. As mensagens trocadas entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol embasaram os julgamentos com o da suspeição do ex-juiz.

Em 2016, Lewandowski presidiu o julgamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no Senado. Sua articulação nos bastidores foi fundamental para que a petista perdesse o mandato, mas mantivesse seus direitos políticos. Na época, a decisão causou controvérsia no meio jurídico. 

Antes disso, em 2012, o ex-magistrado ganhou um enorme protagonismo em meio ao julgamento do mensalão. Como revisor da ação penal, Lewandowski votou pela absolvição de políticos petistas como José Dirceu e José Genoíno do crime de corrupção. Sua postura contra o relator Joaquim Barbosa foi vencida no plenário, e causou revolta em alguns setores da sociedade.

 

 

VEJA TAMBÉM