A Polícia Federal (PF) apreendeu quatro celulares do criminalista Frederick Wassef na noite da última quarta-feira (16). O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro jantava em um restaurante no Shopping Morumbi, em São Paulo, quando foi abordado por agentes que pegaram os aparelhos. A apreensão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A operação, no entanto, só foi possível porque ocorreu em um lugar público. A Constituição impede ações em residência no período noturno caso não haja prisão em flagrante ou decisão do juiz.
O manual da Polícia Federal define que as operações devem ocorrer em residências entre 6h e 18h. Já em locais públicos ou carros, não existem limites de horários estabelecidos pela corporação.
No caso de Wassef, a opção por apreensão em um restaurante se deu pela possibilidade de o advogado se desfazer dos celulares. Esse tipo de operação ocorre com policiais à paisana, em que um deles se apresenta e convida o alvo a colaborar. Segundo testemunhas, os bens foram apreendidos ainda no restaurante.
Frederick Wassef é alvo da PF por ter participado do esquema de venda de presentes valiosos dados a Jair Bolsonaro enquanto estava na presidência.
Horário de apreensão da PF já causou polêmica com Lula
Em outubro de 2015, a Polícia Federal intimou Luís Cláudio Lula da Silva, filho do presidente Lula, a depor em um inquérito que apurava irregularidades da Operação Zelotes. Na ocasião, os policiais bateram na casa de Luís Cláudio às 23h, após uma festa de aniversário de Lula.
A situação foi considerada uma afronta pela defesa e pelo atual presidente. O então ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, chegou a cobrar esclarecimentos do diretor-geral da PF, Leandro Daiello. A justificativa foi que uma apreensão na festa de aniversário de Lula geraria um constrangimento ainda maior.