Reeleição ou legado? Movimentações no Planalto reacendem debate sobre sucessão de Lula

Análise de Leonardo Barreto aponta sinais de que o presidente estaria mais atento ao legado do que à reeleição em 2026

A possível entrada de Guilherme Boulos no primeiro escalão do governo federal tem provocado reações no meio político e acendido o alerta entre analistas sobre os rumos da sucessão presidencial. Para o cientista político Leonardo Barreto, a movimentação representa mais do que uma escolha administrativa: indica que o psolista passou a integrar o grupo de presidenciáveis em evidência, com potencial para disputar o posto de herdeiro político de Lula.

A análise, publicada por Casablanca e Think Policy, levanta a hipótese de que o presidente pode estar mais focado em consolidar sua imagem histórica do que em disputar um novo mandato em 2026. Essa leitura se sustenta, entre outros fatores, na forma como Lula tem conduzido a relação com partidos de centro e direita — marcada por distanciamento, mesmo após oportunidades de aproximação ao longo da primeira metade do mandato.

Outro ponto destacado por Barreto é o afastamento do governo em relação ao eleitorado não fidelizado. A priorização de uma agenda distributivista e o alinhamento estratégico com a China — mais intenso do que o necessário, segundo o autor — tendem a desalojar o apoio centrista que se formou em 2022 em torno da pauta democrática.

Diante desse cenário, cresce a percepção de que o projeto político de Lula para os próximos anos pode estar voltado menos à disputa eleitoral e mais à construção de um desfecho simbólico, que fortaleça seu legado e abra espaço para novos protagonistas da esquerda.

O conteúdo é parte do trabalho de monitoramento e análise de conjuntura política realizado por especialistas e publicado por veículos parceiros. As opiniões expressas são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, o posicionamento institucional da VOTO.

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