O Banrisul divulgou nesta quarta-feira (4) um fato relevante comunicando aos seus acionistas e ao mercado que o governo do Rio Grande do Sul decidiu vender 49% das ações excedentes do banco, mantendo o seu poder acionista majoritário. A oferta abrangerá ações ordinárias até o limite da manutenção do controle acionário, bem como ações preferenciais. Segundo o site do Banrisul, o governo gaúcho detém, atualmente, 99,58% do capital votante do banco.
O governador José Ivo Sartori fez um pronunciamento, no Palácio Piratini, sobre a decisão, destacando que o aporte de capital da operação será importante para a recuperação das contas do Rio Grande do Sul. No discurso, Sartori tentou afastar os rumores de privatização do banco, frisando que a ação mantém o RS como acionista majoritário. “O Estado mantém 51% das ações e preserva a condição do Banrisul como banco público e a serviço dos gaúchos. Este ato significa preservar a autonomia do banco”, afirmou.
Ao fazer o anúncio, Sartori explicou que o processo de alienação vai envolver cerca de 128 milhões de unidades acionárias, das quais 28,8 milhões de ações preferenciais e 99,2 milhões de ações ordinárias. “Nosso governo, que produziu a maior modernização administrativa do Estado nos últimos anos, como acionista majoritário do Banrisul, decidiu ampliar a abertura do banco para o mercado”, afirmou.
De acordo com o governador, essa oferta pública está sendo feita agora porque as ações do Banrisul chegaram à faixa de R$ 17,00 a unidade. No ano passado, no auge da crise econômica, a unidade estava a R$ 5,00. “Portanto, estão postas as condições técnicas para um processo que tem tudo para ser muito bem-sucedido”, ressaltou.A expectativa é de que as operações estejam concluídas até o final do ano.
O aporte financeiro que virá como resultado, conforme destacou Sartori, será aplicado no reequilíbrio financeiro do Estado e investido em áreas essenciais, como saúde, segurança e educação. “Essa decisão é boa para o Banrisul, mas também para toda a sociedade gaúcha”, disse Sartori.
O governo do Estado também deve apresentar a deputados da base aliada a proposta encaminhada “informalmente” ontem à Secretaria do Tesouro Nacional (STN) para tentar a adesão do Rio Grande do Sul ao Programa de Recuperação Fiscal.