O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) foi preso preventivamente pela Polícia Federal (PF), na manhã desta sexta-feira (13), após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Nas redes sociais, o presidente do PTB publicou que a PF estaria em endereços de pessoas ligadas a ele. “A Polícia Federal foi à casa de minha ex-mulher, mãe de meus filhos, com ordem de prisão contra mim e busca e apreensão. Vamos ver de onde parte essa canalhice”. A mensagem foi divulgada pela filha de Jefferson, Cristhiane Brasil.
A filha também comentou sobre o mandado de prisão, citando “perseguição política” e reclamando que os agentes teriam ido à casa da mãe dela. “Mais uma vez a PF tirou minha mãe da cama, às 6h da manhã, que tem 70 anos, dificuldade de locomoção, batendo na casa errada! Ela e meu pai já estão separados há 20 anos! Somos perseguidos políticos – a família inteira, é isso?”, afirmou.
No mandado de prisão preventiva, expedido por Alexandre de Moraes, o presidente do PTB é acusado dos crimes de calúnia, difamação, injúria, incitação ao crime, denunciação caluniosa, associação criminosa e racismo, além de violação à LSN (revogada nesta semana pelo Senado).
O advogado de Jefferson, Luiz Gustavo Pereira, divulgou uma nota. “O que a gente sabe é que é um mandado emitido pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, relativo a um inquérito novo, aberto no fim de julho, sobre milícias digitais. Ainda estamos nos inteirando dos fatos”.
Jefferson estava na cidade de Comendador Levy Gasparian, a cerca de 130 quilômetros do Rio de Janeiro. O ex-deputado segue para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e, na sequência, seguirá para a Superintendência da PF no Rio.
Liberdade de expressão
Não é a primeira vez que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, expede mandado de prisão por suposto abalo às instituições. Esse tipo de ação vem acontecendo sistematicamente quando o Supremo Tribunal Federal é alvo de críticas.
E o ex-deputado Roberto Jefferson é apenas mais um. Outro caso, recente, ocorreu com o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). O deputado foi preso em flagrante por ordem do STF após divulgar vídeo visto como ataque contra os ministros da Corte.
Já neste sábado (14), o presidente Bolsonaro afirmou em sua conta no Twitter que vai pedir o impeachment dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
Para Bolsonaro, Moraes e Barroso “extrapolam com atos os limites constitucionais”.
O Grupo Voto defende todo tipo de liberdade e repudia a restrição de liberdade individual.