O Brasil está preparado para enfrentar possíveis impactos nos mercados após a Rússia invadir a Ucrânia. A avaliação foi feita no final da tarde dessa quinta-feira (24) pelo secretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle. Segundo ele, o alto volume de reservas internacionais e as poucas dívidas em dólar tornam o Brasil preparado para enfrentar a volatilidade dos mercados financeiros decorrente do conflito no Leste Europeu.
O secretário ressaltou que o país só tem 5% da dívida em dólares e a participação de estrangeiros na dívida interna é de pouco mais de 10%. Ele acrescentou:
“A gente tem 100% da necessidade de financiamento de 2022 em caixa. Tem mais de US$ 350 bilhões de reserva internacional. O Brasil está bem estruturado para alguma volatilidade internacional.”
O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) reuniu-se nessa quinta-feira. Por meio de nota endossou as declarações do secretário:
“O Comitê considera que o sistema financeiro está preparado para enfrentar a materialização de eventuais riscos. A carteira de crédito segue com bom desempenho, as provisões para perdas de crédito estão adequadas e os bancos seguem líquidos e bem capitalizados. Diante da reduzida exposição cambial e dependência de funding externo, a exposição do SFN aos efeitos das tensões geopolíticas internacionais atuais é baixa.”
E concluiu:
“O Comitê está atento à evolução recente do cenário internacional e segue preparado para atuar, minimizando eventual contaminação desproporcional sobre os preços dos ativos locais, em particular pelo canal do mercado de câmbio.”