Movimento Rumos: Missão de retomar do protagonismo do RS

calendar 4 de maio de 2018
user Rosane

Criado com o objetivo de encontrar caminhos para o futuro do Rio Grande do Sul, o Movimento Rumos foi lançado na noite dessa quinta-feira (03), em Porto Alegre. Na ocasião foi apresentado o painel “Rio Grande do Sul: Os caminhos passam pela política”, que contou com a participação dos painelistas Aod Cunha e Fernando Schüller, ambos ex-secretários de Estado, o superintendente de inovação e desenvolvimento da PUC/RS Jorge Audy e a mediação do presidente da Agenda 2020, Humberto César Busnello.

Aod Cunha entende que não é possível executar boas políticas públicas sem a atenção ao que ele considera três eixos fundamentais: recuperação das finanças, modernização da gestão pública e a elaboração de uma agenda de desenvolvimento. Esse último item ainda dividiu em outras duas partes, definidas como a melhoria da infraestrutura e aposta na inovação. “O Rio Grande do Sul não pode mais esperar, pois estamos pagando um preço muito caro por isso”, argumentou.

Já Fernando Schüller citou o próprio Museu Iberê Camargo, onde o evento era realizado, para exemplificar como a parceria entre o privado e o público pode dar certo. Na área da infraestrutura, disse que das 20 melhores estradas do país, 19 estão em São Paulo. São pedagiadas, mas o preço é justo e a sociedade aceita pagar. Aí citou o exemplo do Rio Grande do Sul, onde a Parceria Pública-Privada (PPP) do Presídio de Canoas poderia ter sido um símbolo da mudança e acabou indo parar na gaveta por questões ideológicas. “É preciso coragem para fazer e é muito bom estar aqui conversando com partidos que estão tomando a frente para fazer a diferença”, afirmou.

Jorge Audy afirmou que as gerações que estão entrando agora na universidade não conseguem visualizar as transformações que ocorreram nas últimas duas ou três décadas. Falou em disruptura e que o foco na inovação é um dos poucos consensos possíveis na sociedade, assim como a necessidade de se construir um futuro minimante compartilhado. Ele lamentou que os governos tenham desaprendido a trabalhar a longo prazo. “Historicamente se reescreve a história a cada quatro anos”, disse.

*O que disseram os representantes dos partidos:*

Eduardo Leite, presidente do PSDB/RS e pré-candidato ao Piratini, disse que o primeiro ano de um governo não pode ser um estágio para aprender como se faz. Para ele, um governante precisa chegar sabendo o que vai fazer, assim como é necessário deixar claro para a sociedade durante a campanha o que vai fazer. “Independentemente de quem vamos votar, estaremos escolhendo o destino do RS. Mais que debater as conveniências, estamos debatendo aqui os interesses da sociedade gaúcha”, afirmou Leite.

Representando o PTB, o delegado Ranolfo Vieira Júnior enfatizou que o Movimento Rumos referenda o início de uma parceria que busca um futuro melhor para o RS. Ele sugeriu que as propostas na área da segurança pública contemplem um tripé iniciado pela letra I: integração, inteligência e investimento.

Carlos Fonseca, representando o PSB, disse que o partido sente-se honrado e feliz por participar da construção da iniciativa e que é preciso pensar em inovação e utilizá-la especialmente para valorizar a educação. “Está na hora de pensarmos mais na educação, pois povo educado é povo promissor”, disse.

O representante do PPS, Élvio dos Santos, disse que está na hora do Rio Grande do Sul recuperar o seu protagonismo, e o PPS, sempre que chamado para colaborar, se faz presente.

Marcelo Becker, do Podemos, disse que o partido tem muitas semelhanças com o Movimento Rumos, pois também nasceu a partir de um movimento. Disse que a parceria busca uma nova visão de futuro para o RS e que acredita que é possível construir uma saída para os problemas que aqui estão. “É preciso parar de olhar para a crise e encontrar soluções”, defendeu.

O Solidariedade esteve representado por Marco Vieira. “O momento é para discutirmos o aperfeiçoamento da gestão pública. Esse é o maior desafio que o RS terá de enfrentar nos próximos anos”.

O representante do PRB, Mack Weingartner, disse que a iniciativa é suprapartidário e tem uma única finalidade, buscar dias melhorares para os gaúchos. “O nosso desejo é que o trabalhador e o empregador tenham condições de se desenvolver e possam desfrutar de um Estado desenvolvido”, sugeriu.

Para Adelmo Souza, do PSC, o Rio Grande do Sul se assemelha a um barco sem rumo. Por isso o nome Movimento Rumos vem ao encontro do desejo unânime da sociedade de encontrar um novo caminho para os velhos problemas. “Precisamos dar respostas positivas à sociedade e as propostas que vão sair deste trabalho poderão ajudar o RS a retomar o protagonismo no país”, afirmou.

*Sobre o Movimento Rumos*

A iniciativa conta com a colaboração de nove partidos políticos, entidades e da sociedade civil, que buscam a recuperação do protagonismo do RS no cenário nacional. Entre os promotores do Movimento estão os seguintes institutos de formação política: Fundação Astrogildo Pereira, ligado ao PPS; Fundação Trabalhista Nacional, ligada ao Podemos; Instituto Solon Tavares, ligado ao PTB/RS e a Fundação Teutônio Vilela, ligada ao PSDB. Conta ainda com o apoio do PR, Solidariedade, PRB, PSC, PRB e PSB.

A ideia dos promotores do movimento é avaliar o cenário do Estado e de forma plural e colaborativa identificar como podemos avançar e melhorar a situação do Rio Grande do Sul. Após o lançamento do movimento e da apresentação dos objetivos e sistemática dos trabalhos ocorrerão outros cinco encontros temáticos, nas áreas de gestão, desenvolvimento, educação, segurança pública e saúde. A intenção nesses encontros é trazer especialistas que vão compartilhar suas experiências nos estados e no país. Na etapa seguinte, haverá o posicionamento de políticas, com a análise dos principais dados e indicadores do Estado e, posteriormente, coleta das propostas e alternativas para o futuro do RS.

O encerramento dos trabalhos do Movimento Rumos está previsto para o dia 28 de junho, quando será apresentado o resultado final. A sociedade também será chamada para participar. O conteúdo será disponibilizado em uma ferramenta na web para conhecimento e contribuições da sociedade em geral entre os dias 26 de junho e 20 de julho.

Veja as datas dos encontros temáticos:

Grupo 1 – Gestão: 15/05/2018
Grupo 2 – Desenvolvimento: 21/05/2018
Grupo 3 – Educação: 04/06/2018
Grupo 4 – Segurança: 11/06/2018
Grupo 5 – Saúde: 18/06/2018

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